Contra aborto e descriminalização das drogas, Kiko e Leandro do KLB se lançam candidatos
Quando pensamos em KLB, logo vêm à cabeça hits grudentos como A Dor Desse Amor e Ela Não Está Aqui. Mas agora dois terços do trio, os irmãos Kiko e Leandro, estão em busca de uma nova carreira, ainda no ramo da vida pública: querem se tornar políticos.
Em 2010, os músicos fecharam seu compromisso com o DEM e disputam cargos políticos em São Paulo – enquanto Kiko está interessado na cadeira de deputado federal, Leandro irá disputar a vaga de deputado estadual.
Em sua campanha, os irmãos fizeram questão de ressaltar a seriedade de seu comprometimento com a política e deixaram de lado qualquer tipo de brincadeira envolvendo músicos que se lançam como candidatos – afinal, eleição não é brincadeira.
Em entrevista exclusiva ao Virgula Música, Kiko e Leandro falaram sobre suas principais plataformas políticas – o combate à pedofilia e a manutenção da “família tradicional” -, sobre os problemas atuais da política brasileira e manifestaram seu repúdio e revolta contra a postura permissiva da sociedade diante das drogas. “As drogas são tão ultrajantes quanto a pedofilia”, afirmou Kiko.
Leia abaixo a entrevista completa, que foi realizada separadamente, por telefone:
Qual a plataforma principal de suas candidaturas?
Kiko: Há quase três anos nós somos membros da CPI da Pedofilia. É essencial que exista uma discussão a respeito desse assunto repugnante, essa coisa nojenta, asquerosa que é a pedofilia. A criança abusada se transforma em um adulto problemático. Isso é regra, não existe exceção.
Leandro: Queremos cuidar da família, da criança, do adolescente, do idoso e da mulher. Mas nosso foco é em relação à pedofilia, um assunto seríssimo, já que em uma sociedade na qual a criança é bem cuidada e ensinada não é preciso punir o adulto.
O que seria esse cuidar da família? Como isso será feito?
Kiko: Para mim, família é pai, mãe e criança, como Deus criou. Questões de sexualidade são do foro íntimo de cada um e não nos dizem respeito, mas é importante ressaltar que a família precisa ser estruturada. Eu cresci assim e acredito nesses valores.
Leandro: É exatamente isso, cuidar da estrutura da família. Precisamos vacinar as pessoas a cuidar de suas crianças, a vigiar os pedófilos e manterem seus filhos a salvo. Precisamos de creches que tenham vigilância 24 horas por dia.
Por que a escolha pela política e a filiação ao Democratas?
Kiko: Política para nós não é piada. Queremos mudar essa imagem da classe política, que hoje é marginalizada porque um bando de débeis mentais roubaram e acabaram com a sociedade. Existem sim políticos incorrompíveis, e queremos ser assim. A escolha pelo Democratas foi uma questão de afinidade com o Kassab, que é nosso amigo.
Leandro: Escolhemos entrar na política para mudar o que achamos necessário, e a filiação ao Democratas é fruto do convite de Kassab.
Mas então qual o comprometimento de vocês em relação à ideologia do partido?
Kiko: Embora tenhamos muita afinidade com o PSDB, a nossa questão é com o indivíduo. Nunca saí na rua com bandeiras para protestar, minha empatia é com o Kassab, um cara íntegro. As pessoas não devem se ater ao partido, e sim ao candidato. Quero que um dia tenhamos mandatos físicos, sem partidos.
Leandro: O partido não é o mais importante, e sim o indivíduo. Essa é a nossa questão. Acreditamos na representatividade das pessoas em si.
Vocês pensam em defender causas ligadas à indústria musical? Como fica a questão do ECAD, por exemplo, vocês acham que ele deveria acabar?
Kiko: Como artista, é claro que penso nisso. Mas acho que hoje a questão vai muito além do ECAD. A pirataria comeu o ECAD, nem dá para julgar o que ele significa hoje dentro desse cenário.
Leandro: Temos coisas mais importantes para nos preocuparmos do que essas questões, ao menos por enquanto, mas é claro que como músico eu defendo o ECAD e a proteção dos direitos autorais.
O que vocês pensam sobre o Vale-Cultura e o Bolsa Família, criados pelo governo do presidente Lula?
Kiko: O PSDB que criou o Bolsa Escola, que mais tarde foi transformado por Lula e pelo PT em Bolsa Família. Precisamos disso, claro, mas é bom lembrar que esse benefício vem da era FHC, e não do Lula. Hoje o Serra, por exemplo, pretende dobrar o Bolsa Família. Queremos continuar esse trabalho pensando em medidas mais duradouras.
Leandro: É claro que o Bolsa Família é importante. Mas o que nós queremos é ensinar a pescar, e não dar o peixe de graça. Queremos incentivar o trabalho, porque com a Bolsa Família a pessoa fica encostada e não arranja emprego.
Vocês são a favor da descriminalização das drogas? O viciado deve ser punido ou tratado?
Kiko: Gente, como alguém pode ser a favor disso? As drogas precisam ser banidas, exterminadas! Elas degradam a família e a espécie humana. Quem defende a legalização incentiva a morte, quer abrir um túmulo para que as pessoas entrem. Isso é escroto, a droga é tão nociva quanto a pedofilia. E essa coisa de apoiar Marcha da Maconha? Quem fuma maconha é um p. de um burro, que está queimando o próprio cérebro. Mas é lógico que o viciado precisa de apoio, e não de punição.
Leandro: Sou definitivamente contra. A legalização é a pior solução possível para um país perturbado como o nosso. É preciso proibir essa Marcha da Maconha e qualquer incentivo a essas coisas. Me diga uma coisa: imagine que as drogas fossem legalizadas. Daí você um dia precisa viajar e vai tomar um avião e vê que o piloto está cheirando uma carreirinha de cocaína. Você entraria nesse avião? Porque é isso que vai acontecer!
E a prática do aborto? Vocês acham que deve continuar sendo crime, a não ser em casos de estupro e risco de morte para a mãe?
Kiko: É lógico que é crime. Aborto é homicídio. A juventude hoje não está muito preocupada em ter responsabilidades, só quer curtir. No Carnaval, em vez de incentivo à família, temos lei de incentivo à putaria – as pessoas não falam de responsabilidade social, só ficam distribuindo camisinha e falando de sexo. Não é assim que funciona.
Leandro: O aborto é horrível e ilegal, e precisa continuar asism. É nosso dever preservar a vida. Mas é claro que existem outras implicações e cada caso é específico – generalizar algo tão delicado quanto o aborto é irresponsabilidade.
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